O texto abaixo nasceu de uma discussão na faculdade, onde as políticas públicas em relação ao meio ambiente foram muito comentadas.
Muitos acontecimentos que conhecemos como calamidade, catástrofe, desastre dentre outros muitas vezes são conseqüência de ações de pessoas despreparadas.
Vejamos dois exemplos clássicos e simples, quase sempre todo ano é comum ouvirmos falar em alagamento e deslizamento de terra.
1º Quase sempre é fácil observar, que os alagamentos afetam casas coladas ou praticamente construídas dentro dos rios. “Dificilmente vemos aquela catástrofe, de uma precipitação muito forte, mais muito forte mesmo que atinge várias casas” Assim poderia ser chamada de catástrofe.
2º Deslizamento, só ocorre em área com certo grau de elevação. Topos de morro, acima de 45º são considerados APP (Área de Preservação Permanente) e não conjunto habitacional.
3º Praticamente todas as cidades possui um código de postura, um plano diretor ou outro documento que não permite a construção de casas em área de APP (Área de Preservação Permanente).
4º Praticamente todas as casas situadas em APP, constam com serviço de água, luz. Esgoto são poucas, mas existe.
Analisando os fatos e tirando a culpa da população que muitas vezes se ocupam estes lugares para ter sua residência devido ao fato de não terem outro lugar pra morar.
E fácil perceber que alguém tem culpa nisso, em minha opinião não alguém, mais muitas pessoas tem culpa nisso.
Esse problema não vem de hoje, vem de muito tempo atrás, provavelmente eu não tinha nem nascido e esse problema já existia.
Então entendo que todos os Prefeitos, Vereadores, Secretários principalmente os de Planejamento, Obras e Meio Ambiente, os órgãos responsáveis pela rede de energia elétrica e pelo de abastecimento de água, tem uma parcela de culpa.
As Prefeituras muitas vezes fazem vistas grossas no inicio do problema. O povo invade a área irregular e por lá fica, constrói, se dirige até companhia responsável pela energia elétrica e abastecimento de água e lá consegue que seja interligada a sua casa as duas redes, e começa então a residir no local e logo por incrível que pareça as Prefeituras ao invés de tentar eliminar o problema, não, vai lá é começa a cobrar IPTU................
Passa o tempo e na primeira chuva alaga a casa do cidadão, ou acontece um deslizamento e o cidadão perde a casa. Vejamos muitas vezes as Prefeituras vão resgatar as pessoas e tiram todas e tudo que há dentro da casa e trazem para um abrigo onde terá que manter é alimentar as pessoas dignamente até o alagamento passar ou até as pessoas arrumarem outra casa para morar. Tudo isso gera despesas.
Todos nós sabemos que isso um dia ou outro vai acontecer, mas o tal do pessoal despreparado citado no início parece que não. Ficam muitas vezes mexendo com projetos de finalidade duvidosa e esquecem o que merece atenção.
Um novo loteamento com a prioridade de residir pessoas que estão em áreas irregulares e de risco seria ótimo, um projeto simples de recuperação das APP’s até então ocupadas, também seria ótimo, ou então um projeto de recuperação das APP’s com a implantação de um parque Lacustre, seria melhor ainda.
A meta é retirar as pessoas para que elas não voltem nunca mais, mas se o lugar ficar do mesmo jeito estas pessoas poderão voltar ou então novas pessoas iram para o lugar.
As Prefeituras preferem muitas vezes investirem em assistência ao ocorrido do que em prevenção ou obras para a prevenção.
Ai entra a idéia da reação em cadeia, tudo começou há muito tempo atrás, vem persistindo durante décadas. E o poder publico troca de mão a cada 4 anos, e os prefeitos ao invés de investir em pessoas capacitadas e em prevenção, preferem, investir em assistência ao ocorrido e muitas vezes em pessoas despreparadas para o cargo que ocupam.
E preciso mudar esta concepção as cidades estão crescendo cada vez mais e crescendo desordenadamente, onde vão acarretar cada vez mais gatos para os municípios devido as “catástrofes”.
Ai ficam as perguntas.
Vale a pena investir em prevenção ou assistência a catástrofe?
Vale a pena investir em pessoas preparadas ou despreparadas?
Um grande Abraço.