terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Eucalipto desponta como importante fonte de renda em MG


Em uma fazenda no município de São Sebastião do Oeste, centro oeste de Minas Gerais, há 1.400 hectares de eucalipto. A produção é vendida para o setor da construção civil.

No Brasil, segundo o Ministério da Agricultura, a área plantada com eucalipto aumenta todos os anos em 300 mil hectares. Isso acontece porque é cada vez maior o número de produtores rurais que utiliza madeira para diversificar a renda no campo.

Na fazenda Campo Alegre, município de Itapecerica, no lugar da lavoura de milho, o agricultor Amilton Naves plantou eucalipto e braquiária. Enquanto as árvores crescem, o produtor usa a área como pastagem.

As pecuárias de corte e de leite sempre foram as principais atividades, mas há dois anos o eucalipto ganha cada vez mais espaço. “Hoje temos 25 hectares plantados e o objetivo é aumentar o plantio em 10 hectares por ano. A gente acredita que o eucalipto a longo prazo vai ser uma das grandes atividades para o produtor rural devido à alta demanda para madeira na construção civil”, explica.

No leste de Mato Grosso do Sul, em Três Lagoas, a 340 quilômetros de Campo Grande, durante muitos anos, o município se destacou por ter um dos maiores rebanhos bovinos do estado. Agora, as pastagens foram substituídas em boa parte por florestas de eucalipto.

Armando Almeida é produtor rural há 30 anos. Quando comprou a propriedade de dois mil hectares teve como atividade principal a pecuária. Há oito anos, a pastagem estava degradada, dominada por uma praga e precisava de reforma. Foi quando surgiu a alternativa do eucalipto.

Hoje, Armando tem 1.200 hectares de florestas plantadas. A primeira colheita já foi feita e ele pretende prorrogar por mais sete anos o contrato com a fábrica de celulose.

As florestas de eucalipto ocupam uma área de 1,160 milhão de hectares no município. A produção é consumida por duas indústrias: de papel e de celulose. Uma terceira, também de celulose, já está se instalando na região e deve começar a funcionar no segundo semestre deste ano.

A instalação das fábricas teve incentivos fiscais, como a isenção do ICMS, mas a economia do município por outro lado se beneficiou e o movimento do comércio aumentou.

Márcio Neves é um exemplo das pessoas que tiveram aumento na renda. Antes, ele trabalhava em uma indústria do setor têxtil e ganhava R$ 600 por mês. Agora, é operador de colheitadeira e o salário subiu para R$ 2 mil. “Estou feliz profissionalmente, a remuneração e a qualidade de vida estão muito boas”, comemora.

Fonte: Globo Rural / G1

sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Indústria eólica deve movimentar R$ 28 bi até 2014 no Brasil


O avanço da economia brasileira vem exigindo um aumento nos investimento em geração de energia, tanto de fontes tradicionais, como a hidroelétrica, como daquelas provenientes de fontes limpas e renováveis. Desde 2009, os leilões já contrataram 7,2 gigawatts (GW) de energia eólica, o que deve resultar em um aporte de R$ 28 bilhões até 2014, segundo dados da Associação Brasileira de Energia Eólica (Abeeolica).

"Hoje, a fonte de energia eólica é uma das mais competitivas do mercado, sem contar que não causa grandes impactos ao meio ambiente", afirmou a presidente da entidade, Élbia Melo, ao DCI.

Ela explica que estudos recentes apontam que o Brasil tem potencial para produzir até 300 GW de energia eólica, muito mais do que o montante contratado nos últimos anos. "Estamos em uma fase muito incipiente dos leilões. Porém, temos conseguido vender cerca de 2 GW por ano e a tendência é que esse número aumente ainda mais", acredita Melo.

A economista destaca que a perspectiva para o setor, do ponto de vista dos leilões, é boa. "Precisamos de 2 GW por ano para manter a cadeia produtiva. As contratações estão de acordo com as necessidades", diz. Ela também acredita que os contratos deverão se manter, e até aumentar, para o futuro, uma vez que a exploração de hidroelétricas, hoje a principal fonte de energia do País, devem se esgotar nos próximos 15 anos.

O aprimoramento da tecnologia também contribuiu para que o custo da construção dos parques eólicos caísse drasticamente. "Hoje, o preço de uma linha de transmissão eólica custa cerca de R$ 3,5 milhões por megawatt (MW) instalado. Há alguns anos, esse custo era quase 50% maior", afirma Melo.

O Nordeste e o Sul do País são as regiões que mais recebem investimentos do setor. Segundo a presidente da Abeeólica, a distribuição dos ventos brasileiros é boa, principalmente nesses locais, com destaque para Rio Grande do Norte, Ceará e Bahia, que, nesta ordem, possuem o maior montante de energia eólica contratada. Já o Rio Grande do Sul tem, disparado, o maior potencial de produção entre os seus vizinhos.

Melo ressalta que, entre os estados que mais produzem energia eólica, irá se sobressair aquele que oferecer o melhor conjunto de incentivos. "Não estamos falando de guerra fiscal, mas de licenças ambientais, infraestrutura e logística. Trata-se de uma indústria intensiva em capital e tecnologia", diz. Hoje, o Brasil possui 8,4 mil MW de energia em operação, contratada e em construção, o que representa algo em torno de 1% da geração de energia no País.

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Produtividade agrícola do Brasil cresce mais do que a mundial


O Brasil lidera a produtividade agrícola na América Latina e Caribe e apresenta índices de crescimento acima da média mundial, segundo estudo da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) de 2011. Os dados da OCDE mostram também que junto com o Brasil, China, África do Sul e países do Leste Europeu são os que apresentam as maiores taxas de crescimento da produtividade.

O movimento é contrário ao verificado no resto do mundo, especialmente entre os países desenvolvidos que apresentam decréscimo nas taxas de produtividade. Enquanto países como França, Inglaterra e Estados Unidos crescem abaixo da média histórica de 1,48% ao ano, verificada no período que compreende os anos de 1961 e 2007, o Brasil pressiona o crescimento produtivo agrícola na América Latina. O crescimento anual da produtividade do Brasil é de 3,6% ao ano, comparativamente aos 2,6% da América Latina, 0,86% dos países desenvolvidos e 1,98% para o conjunto de países em desenvolvimento.

Pelo menos três fatores contribuem para esses resultados, na avaliação do coordenador geral de Planejamento Estratégico do
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), José Garcia Gasques. O avanço na área da pesquisa, liderada pela Embrapa, é considerado preponderante no aumento da produtividade da agricultura brasileira. Aliado a isso, o aumento das exportações também contribuiu, assim como a variação positiva dos preços internos e ampliação do crédito rural. O Ministério da Agricultura está atento a esse cenário positivo e vem trabalhando na implementação de políticas para a área.

Resultados ainda preliminares sobre as projeções mostram que, até 2022, a produção de grãos deverá aumentar 22%. A soja é a cultura que vai puxar esse crescimento, com média de 2,3% ao ano, seguida do trigo (1,9%) e do milho (1,8%). O segmento de carnes também terá desempenho positivo, com incremento na produção de 40% nos próximos 10 anos. A carne de frango deverá liderar o ranking com estimativa de crescimento de 4,2% ao ano, seguida da carne bovina e suína, com 2% ao ano, cada segmento. "Esses dados são importantes porque exigem um conjunto de ações e medidas que o governo deverá adotar para que as projeções se concretizem, especialmente no aprimoramento da política agrícola e no direcionamento dos instrumentos para a concessão de crédito", salienta.

O técnico destaca também o fato de o crescimento da produtividade agrícola ocorrer sem a ampliação, nas mesmas proporções, da área cultivada, reforçando a importância do incentivo à inovação e pesquisa que o Ministério da Agricultura vem dando à área. Um exemplo disso é o Plano de Emissão de Agricultura de Baixo Carbono (ABC), que incentiva a produção de várias culturas numa mesma área. Hoje, o país detém 65,3 milhões de hectares de áreas plantadas, sendo 50 milhões em grãos e o restante em hortaliças.

Fonte: http://www.clippingexpress.com.br/ce2//?a=noticia&nv=5shgz2D90XtsnIhnlivjsg

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Paraná resgata Congresso Florestal

A Associação Paranaense de Empresas de Base Florestal (APRE) com o apoio dos principais cursos de Engenharia Florestal do Estado e de instituições como a Embrapa Florestas e a Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep) iniciaram as discussões para realizar o IV Congresso Florestal do Paraná. O evento será de 10 a 14 de setembro 2012, 21 anos após o último encontro estadual do setor. Com o tema “Gestão Florestal – Produção, Conservação e Uso”, o congresso pretende resgatar o debate e a articulação entre profissionais, acadêmicos, estudantes, setores privado e público quanto à atividade florestal do Paraná, umas das mais desenvolvidas do país.


No encontro realizado em Curitiba, no dia 11 de fevereiro de 2011, representantes da APRE, da Universidade Federal do Paraná, da Pontifícia Universidade Católica do Paraná, da Universidade Estadual do Centro Oeste, da Embrapa Florestas e das Associações de Classe de Engenheiros Florestais do Paraná, definiram a estrutura do evento.

O congresso pretende colocar em debate temas como infraestrutura e logística, cenários do mercado, plataforma agroenergética do Governo Federal e programas de certificação. Até março, serão anunciados os nomes dos presidentes de honra e do congresso, coordenadores técnico/científico e administrativo, secretário e tesoureiro.

Fonte: http://www.congressoflorestalpr.com.br/noticia.php?id=25&back=1

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Unidades de Conservação receberam mais de 24 mil visitantes na temporada


Uma boa opção para se divertir e aproveitar o verão ao ar livre é visitar os parques estaduais. São 28 unidades de conservação mantidas pelo Instituto Ambiental do Paraná (IAP) e localizadas em todas as regiões do Estado, que estão abertas à visitação pública.

Além de preservar o ecossistema local, as unidades atraem turistas de todos os lugares do mundo. Do total de parques, 11 receberam um aumento do efetivo de pessoal para dar melhor atendimento aos visitantes, além de um reforço no material de conscientização ambiental e divulgação, distribuído durante a Operação Verão.

Do início da temporada, no dia 16 de dezembro, até o último dia 2, as unidades que estão trabalhando de forma especial no verão atraíram mais de 24 mil visitantes. “Os parques que receberam esse reforço de pessoal e material são aqueles que, historicamente, apresentam um aumento considerável no número de visitantes nessa época do ano”, explica o coordenador da Operação Verão do IAP, Doraci Oliveira.

O local mais procurado durante a temporada é a Ilha do Mel, no Litoral do Estado. Pertencente ao município de Paranaguá, a ilha é tombada como Patrimônio Histórico e Artístico do Estado e possui um Parque Estadual e Estação Ecológica que cobre 95% do seu território e preserva a biodiversidade local. Em menos de um mês a Ilha do Mel atraiu mais de 15 mil visitantes, uma média de 2500 pessoas por dia.

Ainda no litoral, o Caminho do Itupava é outro atrativo bastante visitado na região. O caminho é uma trilha de 22 quilômetros que fica entre os municípios de Quatro Barras e Morretes, na região da Serra do Mar. O trajeto preservado foi construído em 1625 para ligar o litoral ao interior do Estado. Além das paisagens naturais, os visitantes também podem contemplar o Santuário de Nossa Senhora do Cadeado e a Casa do Ipiranga. Nessa temporada o caminho já recebeu mais de 800 visitantes.

O Caminho do Itupava liga dois parques estaduais de grande relevância para a conservação da biodiversidade e importantes pontos turísticos da região, que são o Parque Estadual do Marumbi (Morretes) e o Parque Estadual da Serra da Baitaca (Quatro Barras). Ambos atraíram mais de 1.200 visitantes nesse período.

Outra unidade de conservação que atrai muitos turistas é o Parque Estadual de Vila Velha, em Ponta Grossa. Com mais de três mil hectares, o parque conserva uma das poucas áreas de cerrado do Estado, além de formações rochosas formadas há milhares de anos pelo vento, furnas (grandes crateras com vegetação) e a Lagoa Dourada, que recebeu esse nome por refletir a cor durante o por do sol. O parque atraiu nessa temporada mais de 4.500 visitantes.

INVESTIMENTOS – Em 2011 o IAP investiu mais de R$ 6 milhões em reformas de revitalização nas Unidades de Conservação de Proteção Integral. Os recursos são oriundos de medidas compensatórias de empreendimentos que causam algum impacto ambiental. Ao todo, nove unidades de conservação receberam melhorias na infraestrutura para atender os visitantes.

Foram revitalizados os parques estaduais do Monge, Marumbi, Cerrado, Rio Guarani, Vila Velha, Rio da Onça e o Caminho do Itupava. O Parque Estadual do Ibicatu também foi ampliado em 430% com a doação de áreas nos municípios de Centenário do Sul e Porecatu. Já o Parque Estadual da Serra da Baitaca recebeu um mutirão de voluntários para restaurar a trilha muito usada por montanhistas e escoteiros.

Alguns parques como o Monge e o Marumbi ainda estão em processo de revitalização, com a conclusão prevista para o segundo semestre de 2012. Outras unidades, como as pertencentes à Ilha do Mel, passarão por revisão e criação do plano de manejo. No Parque Estadual da Ilha do Mel o manejo está sendo planejado, enquanto a Estação Ecológica terá o seu plano revisado. Ambos devem ser finalizados ainda no primeiro semestre desse ano.

A previsão de investimento para 2012 é de aproximadamente R$ 5 milhões em obras de reformas nos demais parques estaduais. “Nós também precisamos investir nos parques para poder receber mais estudantes e universidades que fazem pesquisas de campo em nossas unidades. Esses estudos são fundamentais para que possamos preservar cada vez mais a biodiversidade de cada região do Estado”, explica o diretor de Biodiversidade e Áreas Protegidas do IAP, Guilherme Vasconcellos.

Segundo o presidente do IAP, Luiz Tarcísio Mossato Pinto, investir na melhoria dos parques estaduais é fundamental para que eles atraiam cada vez mais visitantes. “Os parques ficaram esquecidos durante muito tempo e as visitações não foram incentivadas pelo IAP. Acredito que podemos promover um turismo ecológico nas nossas unidades de conservação, com o apoio da Secretaria de Turismo, para que o atendimento ao público melhore. Temos muitos lugares bonitos no Estado ainda pouco conhecidos”, afirmou Mossato Pinto.

Fonte: IAP

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Valor da produção agrícola deve subir


O valor bruto da produção (VBP) das 20 principais lavouras do país deverá somar R$ 216,2 bilhões em 2012, segundo projeção divulgada ontem pelo Ministério da Agricultura. O novo número é R$ 3,9 bilhões superior à previsão anterior do ministério, divulgada em dezembro. Se confirmado, o resultado será 5% superior ao de 2011 (R$ 205,9 bilhões) e representará um novo recorde.

Mesmo com as revisões para baixo efetuadas pela Conab para a produção de soja e milho, por causa da seca no Sul provocada pelo fenômeno climático La Niña, as projeções para os VBPs de ambos os grãos são de aumento, sobretudo em virtude do efeito das quebras de safras sobre os preços domésticos e internacionais.

No caso da soja, carro-chefe do agronegócio brasileiro, o VBP deverá crescer 2,3% e alcançar R$ 55 bilhões, também um novo recorde; no do milho, a alta prevista é de 16,6%, para R$ 28,4 bilhões. O VBP do milho voltará a ficar abaixo do da cana. Para a cultura, o ministério estima R$ 38,1 bilhões, um aumento de 13,9% e outra marca recorde.

Mas são muitas as incertezas que ainda cercam os grãos, e por isso as projeções podem mudar. Houve chuvas recentemente em regiões que vinham sendo bastante prejudicadas pela estiagem no Rio Grande do Sul, mas para que as lavouras afetadas possam se recuperar, é preciso chover mais, e as previsões climáticas indicam o contrário.

Na Argentina, onde plantações de soja e milho também sofrem com a seca causada pelo mesmo La Niña, os serviços meteorológicos sinalizaram que haverá precipitações nos próximos dias.

Fonte: Valor Econômico.

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Crise externa reduz expectativas do agronegócio

Associação nacional que representa os empresários do segmento prevê um ano menos positivo, mas não ruim.

Ribeirão Preto - O novo presidente da Associação Brasileira do Agronegócio (Abag), Luiz Carlos Correa Carvalho, afirmou ontem que 2012 será "um ano menos positivo para o agronegócio". Mas isso não significa, na avaliação do executivo, um ano ruim para o setor. "Apesar da crise europeia, temos indicadores macroeconômicos interessantes, como a recuperação da economia dos Estados Unidos e a alta de 9% do Produto Interno Bruto (PIB) da China", disse Carvalho. "Isso traz aumento da demanda e nos dá uma visão positiva dentro de um cenário de enorme incerteza", acrescentou

O presidente da Abag criticou a falta de investimentos em tecnologia e educação no Brasil, bem como a baixa poupança do governo. São entraves, em sua opinião, para que o país aproveite melhor o cenário positivo para os países em desenvolvimento e para os grandes exportadores de commodities. "? o custo Brasil, que inclui outros problemas, como a logística e a questão tributária", disse.

Para o executivo, a recuperação na produção de GRÃOS no Brasil, esperada para 2012, será freada pela seca no Sul do país, a qual retrata a alta exposição do setor ao risco agrícola e contribui para a volatilidade das cotações das commodities. Um seguro rural robusto, que atenuaria a perda de renda provocada pelo clima adverso, ainda é incipiente no país e gera críticas do presidente da Abag. "O seguro rural é o nosso calcanhar de Aquiles, com muito discurso e pouca efetividade", cobrou.

Oriundo do setor sucroalcooleiro, Carvalho avaliou que a recente queda das barreiras tarifárias para a importação de etanol pelos Estados Unidos é um "convite para trazer investimentos, principalmente externos", para o Brasil, que enfrenta um momento de crise de oferta do combustível. Mas, o mais importante da medida, segundo ele, deve ser a união entre o Brasil e os Estados Unidos, responsáveis por 75% da produção mundial, para a transformação do etanol em commodity. "Brasil e Estados Unidos precisam trabalhar juntos para incentivar políticas globais de produção e de demanda do etanol", defendeu.

Renovação - Carvalho elogiou ainda a liberação de R$ 4 bilhões do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para o programa de renovação de canaviais, mas se mostrou preocupado com a burocracia para a obtenção dos recursos por parte de pequenos produtores. "? preciso ver a forma como será liberado o crédito. Se for só para os grandes grupos, não será bom", alertou.

Carvalho elogiou os avanços obtidos com a tramitação no Congresso do novo Código Florestal, cujo projeto ainda depende de uma nova votação na Câmara dos Deputados para ser enviado à sanção da presidente Dilma Rousseff. "Mas a simples aprovação trouxe ambiente de confiança no setor", disse. (AE)

Fonte: http://www.cisoja.com.br/index.php?p=noticia&idN=11923

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Desenvolvimento, conservação, combustíveis, alimentos e fibras

A afirmação de que desenvolvimento e conservação irão se equilibrar em um futuro próximo é a tônica desta opinião. E o argumento que justifica essa afirmativa se baseia na hipótese de que combustíveis, alimentos e fibras dependerão cada vez mais de fontes renováveis de energia.

Nesse contexto, desenvolvimento passa a ser resultado da ação de forças motrizes que tecem a trama socioeconômica das relações humanas com os recursos naturais. A questão principal, então, passa a ser: se essas forças condicionam os mecanismos de produção, o que condiciona essas forças? Minha resposta é: uma maior ou menor percepção de segurança.

Mas antes de avançarmos no tema segurança, é importante definir força motriz como o empurrão que define a intensidade com que exploramos os recursos naturais. Também importa deixar claro que essas forças motrizes podem ser dominadas. Como? Via consolidação de mecanismos de pagamentos por serviços ambientais e via governança pública, ou seja, via aumento da participação cidadã, simplificação do marco legal e regulatório, consolidação das instituições públicas e modernização da infraestrutura e dos mecanismos de fomento econômico.

Voltando ao tema da segurança. Entenda-se segurança como o oposto à sensação coletiva de medo. Medo de nos tornarmos reféns de processos ambientalmente insustentáveis e emissores de gases de efeito estufa, por exemplo.

No momento em que a insegurança se torna coletiva, procuramos remediar os efeitos das mudanças climáticas para obter maior segurança ambiental; precavemos-nos contra eventuais aumentos dos preços de combustíveis fósseis para garantir segurança econômica; adaptamo-nos às mudanças nas relações diplomáticas que regem as alianças entre consumidores e produtores de combustíveis e energia para manter a segurança nacional; e nos adequamos ao processo de urbanização e ao simultâneo aumento do uso da tecnologia no meio rural e no agronegócio com sutis mudanças na composição das bases que geram estabilidade política e, consequentemente, a segurança institucional.

Mas o maior de todos os medos é aquele que nos levará a melhorar a sensação de segurança alimentar em escala global. E é através dessa ação que mudaremos a forma como ocupamos e usamos a terra no Brasil. Ou seja, são as questões de segurança nacional, econômica, institucional, ambiental e alimentar que balizarão o nosso desenvolvimento.

Por isso, acredito que somente manteremos níveis aceitáveis de segurança em todas essas dimensões, se desenvolvimento e conservação caminharem juntos.

Como brasileiro ciente das já citadas questões internas de segurança, reflita cuidadosamente sobre os riscos que corremos quando, num futuro próximo, o mundo, constituído por 9 bilhões de habitantes, em sua grande maioria membros de famílias africanas, indianas e chinesas, recém-atraídos para o consumo globalizado, quiser garantir a mais básica das questões humanas: a segurança alimentar de todos.

Ao olharmos as estatísticas, vemos tantas vantagens e oportunidades no Brasil que, com entusiasmo, somos apontados como o país onde o superávit de alimentos, fibras e combustíveis resolverá a escassez preconizada por teorias malthusianas.

Afinal, a simples expansão da fronteira já seria suficiente, pois, segundo o IBGE e a Conab, o Brasil usa apenas 34% do seu território nacional para manter 64 milhões de hectares com atividades agrícolas e 220 milhões com pecuária; tem 445 milhões de hectares com florestas, das quais apenas 6 milhões são plantadas; e sobram, depois de deduzidas as áreas inacessíveis e destinadas a unidades de conservação, 71 milhões de hectares para novas atividades agrícolas.

Esse entusiasmo é procedente, se considerarmos a nossa matriz energética de cunho basicamente renovável, o amadurecimento de uma sólida indústria de biocombustíveis, a possibilidade da reincorporação de áreas antes degradadas, de aumentos significativos de produtividade e da disseminação de melhorias tecnológicas geradas pela rede Embrapa, unidades estaduais de pesquisa e universidades.

Entretanto, sob a ótica do princípio da precaução e para acomodarmos níveis razoáveis de segurança nacional, ambiental e institucional, precisamos assegurar que os processos ecológicos naturais básicos permaneçam funcionais nos diferentes biomas brasileiros.

De que adiantará a expansão da área agrícola nos biomas caatinga, cerrado, pampa e pantanal, se a redução em biodiversidade puser em risco a nossa segurança nacional, ambiental e institucional? De que valerão os aumentos de produtividade nos cultivos plantados nos biomas mata atlântica e cerrado, se o desmatamento na Amazônia e o contínuo lançamento de gases de efeito estufa na atmosfera afetarem os regimes de chuva e tornarem mais comuns eventos catastróficos de seca e inundação?

Em termos práticos, deveria haver um esforço nacional de melhoria da infraestrutura em regiões que hoje apresentam baixo nível de desenvolvimento, mas que já estão dentro dos limites da atual fronteira agrícola. Acho também que produtores de fibras, alimentos e biocombustíveis que usassem fontes renováveis de energia deveriam receber incentivos especiais.

Complementarmente, e em períodos de tendência de crescimento da taxa de desmatamento e da degradação dos nossos biomas, municípios que apresentassem alta relação “desmatamento/PIB” deveriam ter seus repasses reduzidos em até 50%, transferidos para municípios com desmatamento zero.

Também proporia que propriedades inteiras na Amazônia, com suas áreas de Reserva Legal e Áreas de Preservação Permanente intactas e bem conservadas pudessem ser averbadas para efeito de compensação em razões de até 2:1, para compensar passivos de reserva legal em propriedades produtivas de municípios com desmatamento zero.

Essas alternativas têm seus prós e contras. Mas o importante é refletir e discutir os impactos que a busca de segurança nacional, ambiental, econômica, institucional e alimentar, em níveis planetários, terá sobre a ocupação e uso do solo no Brasil. Garantiremos um longo período de desenvolvimento e conservação se percebermos as cinco dimensões de segurança com equilíbrio.

Geraremos, assim, mecanismos criativos de pagamentos por serviços ambientais, melhoraremos os mecanismos de governança e teremos mais controle sobre as forças que, de fato, regem a nossa relação com o meio ambiente.

Fonte: Revista Opiniões - Set-Nov 2011.

sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

10% dos grãos pelo ralo


Colheitadeiras mal reguladas, caminhões com frestas, estradas esburacadas, silos úmidos e portos mal equipados perpetuam o desperdício

O Brasil desperdiça 10% da safra de grãos e, na temporada 2011/12, vai perder cerca de 16,5 milhões de toneladas de produtos como soja, milho, trigo e feijão nas lavouras, estradas, pátios dos portos e cantos de armazéns. A estimativa considera as avaliações técnicas de cada setor – colheita, transporte, armazenagem e embarque para exportação. Os problemas vão das frestas nas carrocerias dos caminhões ao excesso de umidade nos armazéns.

É como se a agricultura jogasse fora R$ 4,98 bilhões por ano só com as perdas operacionais na soja. O volume de grãos desperdiçado é maior que o da safra de soja do Paraná, que cultiva 4,7 milhões de hectares para co­­lher 14,9 mi­­lhões de to­­neladas neste verão.

Os prejuízos co­­meçam na co­­lheita, quan­­do cerca de 1% é desperdiçado por mau uso das colheitadeiras ou problemas nas máquinas. Os fabricantes oferecem sensores de desregulagem, mas as máquinas melhor equipadas custam mais de R$ 1 milhão e boa parte da frota opera à moda antiga.

“A máquina mal regulada pode gerar até 5% de perda. O desafio da próxima década é melhorar a plataforma das colheitadeiras, onde ocorre o prejuízo”, diz João Rebequi, ge­­rente de marketing de produto da New Holland.

Quando o grão deixa o campo e ganha a estrada, o índice de perda dobra. No transporte, ficam 2% da safra. Caminhões com carrocerias mal vedadas e estradas esburacadas são responsáveis por essa taxa.

“Quem dirige atrás de um caminhão velho carregado de trigo recebe uma nuvem no para-brisa”, afirma o analista técnico-econômico da Organização das Coopera­­ti­­vas do Paraná (Ocepar), Robson Mafioletti. Ele nota melhoria com a renovação da frota de caminhões e as reformas nas rodovias.


Calcanhar de Aquiles

A armazenagem é cam­­peã de perdas. Cerca de 5% da produção nacional são descartados durante o período em que os grãos ficam estocados. Os principais problemas são micotoxinas, apodrecimento, umidade, insetos e ratos.

A expectativa do setor é de que o índice de perda na armazenagem diminua drasticamente a partir de 2017, quando começa a valer nova normativa do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abasteci­­mento (Mapa) que exige controle maior na qualidade do serviço. As cooperativas do Paraná têm investido cerca de R$ 300 milhões ao ano em armazéns mais equipados.

“Perto de 30% das unidades armazenadoras do país não vão conseguir a certificação. O produtor brasileiro está preparado para produzir e colher”, aponta o presidente da Associação Brasileira de Pós-Colheita, Irineu Lorini.

Nos portos brasileiros, os problemas são atribuídos à defasagem da infraestrutura. Apesar dos administradores das autarquias estimarem perdas inferiores a 1%, o setor produtivo sustenta que o índice chega a 2%.

“Os portos estão defasados para a im­­portância que o agronegócio ga­­nhou no país. Os setores de má­­quinas agrícolas, caminhões e armazenagem estão me­­lhorando. Mas, as condições portuárias são bem piores”, critica Mafioletti.

Fonte: Gazeta do Povo - Carlos Guimarães Filho.

quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Nova técnica pode facilitar políticas de preservação

Pesquisadores calculam a capacidade das florestas de resfriar o ambiente e salientam que esse serviço ecossistêmico deveria ser levado em conta para justificar ações de mitigação do aquecimento global e de uso da terra

Quando se pensa em manter a floresta intacta como uma forma de combater as mudanças climáticas o que costuma ser considerado é a quantidade de carbono que seria liberado para a atmosfera se as árvores fossem derrubadas. Agora, pesquisadores da Universidade de Illinois, nos Estados Unidos, em parceria com instituições brasileiras, propõem que a capacidade das florestas de resfriar o ambiente também seja utilizada como um argumento a favor de ações de preservação.

“Todos sabem que o desmatamento causa a liberação de dióxido de carbono e que isso contribui para o aquecimento global. Mas os serviços ecossistêmicos das florestas que atuam sobre o clima também deveriam ser levados em conta”, afirmou Kristina Anderson-Teixeira, uma das autoras do artigo.

As florestas contribuem para o resfriamento de uma região ao liberarem vapor de água no ambiente, um tipo de “suor planetário”.

“É preciso uma grande energia para converter água em vapor e esse processo resfria o solo e a superfície das folhas da mesma maneira como o suor resfria a nossa pele”, explicou Evan DeLucia, coautor da pesquisa.

A importância da presença das florestas para o clima já é conhecida há muito tempo, a dificuldade está em quantificar essa ajuda de forma que possa ser um argumento a mais para a preservação ambiental.

Para tentar resolver esse problema, Kristina Anderson-Teixeira e Evan DeLucia, ambos da Universidade de Illinois, se uniram aos professores Peter Snyder e Tracy Twine, da Universidade de Minnesota, e aos professores Santiago Cuadra, do Centro Federal de Educação Tecnológica do Rio de Janeiro, e Marcos Costa, do Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação.

A equipe compilou dados para calcular o “valor dos gases do efeito estufa” (a capacidade de absorção desses gases) de 18 “ecoregiões” das Américas e também criou uma modelagem de suas características biofísicas. Foram analisados dados de diversos tipos de florestas, gramíneas, tundra, savana e de culturas agrícolas; como a soja e a cana de açúcar.

“O desafio é combinar os valores dos gases do efeito estufa com os efeitos biofísicos uma vez que eles operam em escalas muito diferentes”, afirmou Kristina.

Os pesquisadores decidiram que a melhor maneira de combinar os dois fatores, e assim conseguir um panorama mais abrangente do efeito da vegetação no clima, era dividir os efeitos biofísicos pela área global de superfície de terras. Em seguida eles converteram esses valores em unidades de dióxido de carbono equivalente (CO2e), um padrão comum nas negociações climáticas internacionais.

Assim, foi possível quantificar o papel de cada tipo de vegetação para o resfriamento de uma região. Comparando os dados dos locais estudados, os cientistas concluíram que a Amazônia possui o maior valor de regulação climática nas Américas.

Uma surpresa foi que as culturas agrícolas também tem um papel importante para limitar o aquecimento. “Pensa-se que as plantações como o milho apenas contribuem para as mudanças climáticas, mas se levarmos em conta sua capacidade de refletir o calor e sua alta taxa de transpiração de vapor de água, o efeito final é o resfriamento local”, disse DeLucia.

Os pesquisadores reconhecem que seu método não é o único a tentar quantificar os serviços climáticos dos ecossistemas, mas salientam que é um dos mais abrangentes e que é mais um argumento a favor da preservação e do bom uso do solo.

“O valor de regulação climática que propomos nesse artigo busca capturar como os ecossistemas afetam o clima, mas é importante salientar que é apenas um dos muitos serviços que os ecossistemas providenciam. O valor final da natureza para a sociedade deve incluir todos esses serviços, como biodiversidade, purificação da água e produção de fibras e alimentos”.

“Esperamos que nossa proposta facilite a construção de políticas de uso da terra que protejam o clima”, resumiu Kristina.



quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Ano de 2012 pode ser um dos dez mais quentes da história


Temperaturas devem ser maiores que as registradas em 2011 e preocupam os mercados de grãos, açúcar e café

O Departamento de Meteorologia da Grã-Bretanha, Met office, e a Universidade de East Anglia apresentaram um relatório, nesta semana, que aponta que o ano de 2012 deve constar na lista dos 10 anos mais quentes desde a década de 1850. As temperaturas globais, segundo o estudo, estarão quase 0,5ºC mais elevadas que as médias registradas entre os anos de 1961 e 1990.

O relatório diz que 2011 foi o 11º ano mais quente já registrado no período citado, com médias 0,36% acima do normal e este ano, de acordo com previsões de longo prazo feitas pelos meteorologistas, as médias podem ficar 0,48% mais elevadas. Addam Scaife, chefe do Met Office, diz que 2012 será mais quente que o ano passado, mas não tão quente como 2010, quando ficou constatado que as temperaturas altas atingiram os maiores índices.

Scaife atribui o aumento de temperatura ao fenômeno La Niña. "O fenômeno (La Niña) voltou e, embora não seja tão forte como ocorreu no início de 2011, deve influenciar as temperaturas. Esperamos que 2012 seja ligeiramente mais quente do que o ano anterior, mas menos quente que 2010", disse o cientista.

A Organização Meteorológica Mundial (OMM) também divulgou nesta semana que os anos mais quentes da história do planeta foram registrados entre 1997 e 2011. O estudo teve como base as previsões do Met Office, do Centro Nacional de Dados Climáticos dos Estados Unidos, e do Institudo Goddard de Estudos Espaciais da Nasa.

A nota divulgada pelo CPC, que é um órgão ligado à Administração Nacional Oceânica e Atmosférica, diz que "as últimas observações sugerem que o La Niña será de fraco a moderado neste inverno (nos Estados Unidos) e vai continuar depois disso, como um evento fraco, até que possa se dissipar entre os meses de abril e maio". Esta foi a primeira vez que o instituto admitiu a permanência do La Niña até a primavera americana, que corresponde ao outono brasileiro.

Agricultura


O Centro de Previsão Climática dos Estados Unidos (CPC) anunciou que o fenômeno La Niña já está sendo responsável por uma forte seca na América do Sul e no sudoeste americano e pode durar até maio, o que supera as estimativas iniciais. Nos Estados Unidos, a estiagem já causa preocupações para os mercados de grãos, açúcar e café.

Os produtores rurais texanos são os mais preocupados com a seca, que pode significar outra safra ruim para o algodão. Os solos de Oklahoma e Texas já estão esgotados devido às secas dos últimos anos, mas os agricultores que estão localizados nas faixas entre as Carolinas e o Kansas, que plantam soja e milho, também já estão preocupados.

No Brasil, o La Niña (como ocorreu em 2010 e 2011) está provocando chuvas intensas nas regiões Sudeste e Norte, e estiagem na região Sul, o que pode comprometer a safra de verão de grãos - soja e milho - e os canaviais do Norte do Paraná e Mato Grosso do Sul. A produção de etanol vem sendo afetada pelo clima desde 2009.

Na Malásia, país que é um importante exportador de óleo de palma, o La Niña está provocando fortes chuvas que ameaçam a safra, e consequentemente elevarão os preços dos produtos. Já na Colômbia, o problema é o aumento da temperatura, que ameaça, desde meados de 2010, os tradicinais cafezais colombianos. No país, muitos produtores extinguiram os pés de cafés para plantar banana, já que o calor, além de reduzir a produtividade, inseriu doenças nas plantações.

O CPC afirma que o La Niña pode durar vários anos e se deve ao aquecimento anormal das águas nas regiões equatoriais do Oceano Pacífico. Seus principais efeitos atingem, sobretudo, a faixa entre a América Latina à Índia e parte da África.

Fonte: Globo Rural

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Cadastro Ambiental Rural pode ser feito pela Internet


CADASTRO GARANTE NOVOS PRAZOS E MEIOS PARA RESOLVER PENDÊNCIAS COM A LEGISLAÇÃO AMBIENTAL

Proprietários de aproximadamente 5 milhões de imóveis rurais de todo o País podem fazer o Cadastro Ambiental Rural e aderir ao Programa Mais Ambiente pela internet, preenchendo um formulário eletrônico no site http://www.maisambiente.gov.br. O sistema ainda está em fase de teste e disponível em caráter experimental, mas oferece informações e orientações importantes.

Com o CAR (Cadastro Ambiental Rural), o produtor ingressa no Programa Mais Ambiente, que vai apoiar a regularização ambiental, com vários benefícios, como novos prazos e meios para resolver pendências, para quem estiver em situação irregular com a legislação ambiental.

Ao aderir ao Programa, o produtor estará livre, por exemplo, de restrições de acesso ao crédito rural e à comercialização de sua produção. Outro benefício é a possibilidade de suspensão da cobrança de multas aplicadas pelo Ibama, com base no Decreto 7.029/2009, que poderão ser convertidas em recuperação do dano ambiental.

Para os agricultores familiares, assentados da Reforma Agrária, Quilombolas e Comunidades Tradicionais, o cadastro não terá custos. O pequeno produtor terá, ainda, assistência técnica, educação ambiental, capacitação e apoio para implantar viveiros, criando as condições para recuperar áreas degradadas. Para receber esses benefícios é necessário indicar, no cadastramento, quais os subprogramas de interesse.

Com base nas informações prestadas no Cadastro Ambiental Rural, os órgãos ambientais vão orientar os agricultores sobre as medidas necessárias para recuperar Áreas de Preservação Permanente (APPs) e de Reserva Legal (RL), quando for o caso.

O prazo de adesão ao Programa termina em 11 de dezembro de 2012. O produtor rural que não averbou sua reserva legal ainda e não aderir ao Mais Ambiente está sujeito a ser notificado pelo Ibama. Nesse caso, terá 180 dias para procurar o órgão ambiental e abrir o seu processo de regularização.

Os produtores que não tiverem acesso à rede de computadores terão, em breve, apoio do Governo Federal. Será criada, em parceria com estados, municípios, sindicatos rurais, cooperativas, associações de produtores e representações dos movimentos sociais uma rede para ajudá-los a se cadastrarem. O Ministério do Meio Ambiente vai capacitar facilitadores para ajudarem os produtores na hora de se cadastrar.

Em sua primeira fase o cadastro é declaratório. Depois da análise e aprovação dos dados fornecidos pelos produtores, será assinado um termo de compromisso. Nele, o produtor se compromete a manter, conservar e recuperar suas áreas de preservação permanente e de reserva legal.

A expectativa é de que o Mais Ambiente promova a recomposição de 23 milhões de hectares de matas ciliares, topos e encostas de morros, além de reservas legais.

Quem aderir ao Programa Mais Ambiente agora não terá prejuízo com possíveis alterações no Código Florestal, em votação no Congresso Nacional. Alterações aprovadas serão processadas pelo órgão ambiental, que efetuará os ajustes. Passam a valer as regras que vierem a ser estabelecidas.

sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Inmetro busca regulamentação para medição da madeira roliça em toretes


Grupo de Trabalho tem nova reunião prevista para fevereiro


Desde abril do ano passado o Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia) discute a regulamentação dos procedimentos de medição de madeira em toretes, buscando alternativa de consenso, já que, embora proibida a utilização da medida em “metro cúbico estéreo” ainda não há, na prática uma solução definitiva para a questão.

De acordo com Marcelo Castilho de Freitas, Chefe da Divisão de Articulação e Regulamentação Técnica Metrológica (Diart), da Diretoria de Metrologia Legal (Dimel), o processo de regulamentação está ainda em fase de discussão. “Estão sendo discutidas as diferentes tecnologias envolvidas com a medição de madeira roliça, com o intuito de definir requisitos e procedimentos de medição. A próxima reunião para discussão da proposta de regulamentação está prevista para Fevereiro de 2012”, explica.

A necessidade de estabelecer um processo de regulamentação técnica metrológica para os procedimentos e instrumentos de medição de madeira roliça demanda do fato de que a falta dessa regulamentação gera, entre outros problemas, uma certa “desconfiança” nas medições de madeira roliça e, por conseguinte, uma desconfiança na transação comercial.

“O papel do Inmetro é prover a credibilidade dos resultados das medições em metrologia legal e, com a regulamentação dos procedimentos e instrumentos de medição envolvidos com a comercialização da madeira roliça, será possível realizar o controle metrológico legal, que é um conjunto de atividades de metrologia legal que visa a credibilidade dos resultados de medição, contribuindo para que as relações comerciais sejam mais justas para as partes envolvidas”, justifica Marcelo.

Para buscar uma solução, a Diretoria de Metrologia Legal do Inmetro, formou um Grupo de Trabalho que está discutindo a proposta de regulamentação. Integram o Grupo diversos representantes de empresas ligadas ao setor produtivo de base florestal, bem como os fabricantes dos instrumentos utilizados para a medição de madeira roliça. “Além disso, o Inmetro participa das reuniões da Câmara Setorial de Florestas Plantadas do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento fornecendo informações sobre o andamento dos trabalhos do grupo que está discutindo a proposta de regulamentação”, acrescenta Marcelo.

Setor

José Sebastião Prado é representante dos empresários dos serviços terceirizados do setor frente a questões tributárias e integra o Grupo de Trabalho formado pelo Inmetro. De acordo com ele, desde que foi editada a última portaria sobre a questão, em 1999 (Portaria INMETRO n.º 130/1999), a proposta é que seja substituído o termo “estéreo” por “empilhado”.

“Os volumes de madeira em toretes passarão a ser identificados como metro cúbico empilhado, em substituição ao termo estéreo. Devo destacar ainda que a proibição do uso do termo estéreo manteve o procedimento de medição do metro cúbico, ou seja, os resultados das medições em estéreo, e em metro cúbico empilhado são iguais”, afirma.

Ainda de acordo com José Sebastião, caso o setor, como um todo, admitisse este procedimento de medição, não haveria necessidade de nova Portaria. “Ocorre que os empresários da industrialização, e os fabricantes dos instrumentos de medição não reconhecem o metro cúbico empilhado como substituto do termo estéreo, porque nos procedimentos de medição de madeira em toretes, os instrumentos de medição utilizam, “informalmente”, os fatores de empilhamento/cubicação para converter os volumes do metro cúbico empilhado para metro cúbico sólido”, esclarece.

Fonte: Painel Florestal

quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Importância da averbação da reserva legal


Prorrogado prazo para averbação da Reserva Legal proprietário rural tem pouco mais de 90 dias para regularizar sua situação perante ao órgão ambiental


Prorrogado até 11 de abril de 2012 o prazo para que os proprietários rurais façam a averbação da reserva legal da propriedade em cartório, sem que sejam notificados ou multados pelos órgãos ambientais, fato este que não muda muito a situação em que se encontram a maioria dos proprietários rurais do Brasil, visto que os mesmos estão apreensivos devido ao fato da mudança do novo código florestal estar incompleta e em tramite de votação na câmara federal.

A Reserva Legal pode ser averbada no próprio imóvel quando existir vegetação nativa suficiente ou compensada em outra área equivalente em importância ecológica e extensão, desde que pertença ao mesmo ecossistema e esteja localizada na mesma microbacia, dentre outros requisitos.

A compensação deverá ser submetida à aprovação pelo órgão ambiental estadual competente (no caso do Estado do Paraná o IAP), e também pode ser implementada mediante o arrendamento de área sob regime de servidão florestal ou reserva legal, ou aquisição de cotas de que trata o art. 44-B, do Código Florestal”

Assim será possível ao proprietário rural cumprir a legislação ambiental adquirindo a reserva legal em outro imóvel, respeitando a sustentabilidade ambiental sem comprometer a produtividade da atividade na área atual.

A importância da Reserva Legal e do cumprimento da lei vai muito além do que pode ser visto. O manutenção do ecossistema como um todo flora e fauna estarão garantidos assim como um banco genético importantíssimo e a proteção de rios e nascentes.

A exigência da Reserva Legal em si não se restringe somente ao risco da penalidade imposta pela legislação ambiental, algumas instituições financeiras em breve exigirão a averbação da reserva legal nas matrículas dos imóveis como requisito para conceder financiamentos, afetando assim diretamente o avanço da agricultura nacional.

E inquestionável a importância da Reserva Legal dentro das propriedades rurais, porém é complicado por parte do poder público exigir do agricultor cumprir uma legislação que ninguém sabe como irá ficar. O cumprimento da lei passa pela sua concretização e aprovação, enquanto se tem uma legislação "mentirosa" se torna impossível cobrar de quem alimenta o país.

quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Ministério apóia Agricultura de Precisão no país


Conjunto de técnicas traz melhorias na gestão e produção das propriedades, inclusive para a silvicultura


O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento pretende criar projetos pilotos de Agricultura de Precisão em todo o país, em 2012. Com a medida, o Mapa quer estimular a utilização das técnicas e criar projetos adequados às necessidades de cada região. Para isso, serão realizados workshops, projetos de transferência de tecnologia, elaborados boletins e material de divulgação, discussões sobre padronização eletrônica entre máquinas e equipamentos, entre outras ações. Todas elas focadas, principalmente, em pequenos e médios produtores.

A Agricultura de Precisão é uma das ferramentas escolhidas pela Coordenação de Acompanhamento e Promoção da Tecnologia Agropecuária (CAPTA) para promover o desenvolvimento sustentável e a competitividade do agronegócio em beneficio da sociedade brasileira. A aplicação desta tecnologia vai além das atividades agrícolas, pois tem um grande potencial para a área de zootecnia, na gestão hídrica e na silvicultura.

Das técnicas baseadas em uma Agricultura de Precisão, a mais citada é a aplicação de insumos de forma localizada – taxa variável. Ela trata de maneira diferente cada metro quadrado da propriedade, permitindo a aplicação dos insumos agrícolas no local correto e nas quantidades adequadas. A diferenciação é possível com a tecnologia do Sistema de Posicionamento Global - GPS que registra a necessidade específica do solo e controla a colocação do adubo por computador a bordo da máquina. Esta técnica faz com que não haja excesso e nem falta do fertilizante, fato corriqueiro quando utilizada a dosagem média para toda lavoura.

Na pecuária, um dos modelos desenvolvidos para gado leiteiro é o programa “Balde Cheio”. A técnica consiste em utilizar racionalmente os recursos naturais do ambiente e aproveitar o potencial genético de cada animal. O pasto é dividido em piquetes onde é determinado a sequência e o período que o animal irá permanecer em cada piquete. A alimentação é calculada para cada animal.

Grupo de discussão

Os representantes da Câmara Temática de Insumos Agropecuários do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento aprovaram a criação do Grupo de Trabalho sobre Agricultura de Precisão. O objetivo é promover a disseminação e padronização das técnicas, criar um diagnóstico das potencialidades e desafios, perceber a capacidade produtiva da indústria de maquinas e implementos e discutir as inovações tecnológicas para diminuição dos impactos ambientais. A intenção é reunir, além dos produtores que já utilizam as técnicas, representantes de vários setores do pequeno, médio ou grande agronegócio brasileiro.

Governo adota novas medidas para conter aumento de contágios

  Em razão do significativo aumento no número de pessoas contaminadas pela Covid-19 no Paraná, o Governo do Estado produziu um novo instrume...