sexta-feira, 30 de setembro de 2011

“Produtor rural também é ambientalista”, afirma ministro


"Não existe ambientalista ou ruralista. Existem brasileiros que produzem e querem cuidar bem do Brasil", afirma o ministro da Agricultura, Mendes Ribeiro.

Em meio a muitas idas e vindas, o projeto do novo Código Florestal está agora no Senado e poderá ser votado em até 20 dias na Comissão de Ciência e Tecnologia (CCT), segundo previsões do senador Eduardo Braga (PMDB-AM), presidente da CCT.

Esta é mais uma das etapas que o projeto precisa passar na odisseia para ser validado. Até o fim do percurso, ainda serão feitas alterações nos textos e adaptações que os parlamentares consideram essenciais para um consenso.

Confiante de que o documento está finalmente próximo de seu texto final, o ministro da Agricultura, Mendes Ribeiro Filho, afirmou que vai trabalhar duro para que o código seja aprovado até o final do ano.

Em visita à Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) nesta segunda-feira (26), ele elogiou a atuação do Senado. “Ele [o Senado], vem buscando o entendimento e equilíbrio em todos os instantes.”

De acordo com o ministro, essa harmonização é fundamental para legalizar as ações passadas e tornar o agro viável no futuro. “Aonde tiver briga, é o Brasil quem sai perdendo. Temos que chegar a um consenso, para continuar produzindo com sustentabilidade”, disse.

Questionado sobre como equilibrar interesses de empresários, produtores e ambientalistas no documento, ele disse: “Não existe ambientalista ou ruralista. Existem brasileiros que produzem e querem cuidar bem do Brasil. Todo produtor é ambientalista”, assinalou.
Agência Fiesp

Agência Fiesp

João Sampaio assumiu a presidência do Conselho Superior do Agronegócio da Fiesp

As afirmações foram feitas após a reunião do Conselho Superior do Agronegócio (Cosag), órgão ligado à Fiesp, que teve João Sampaio empossado como novo presidente. “Vim prestigiar o trabalho que Rodrigues e Sampaio vêm fazendo pelo agro”, ressaltou o ministro.

O evento também contou com a participação dos senadores Luiz Henrique da Silveira (PMDB), Jorge Viana (PT), Acyr Gurgacz (PDT) e Waldemir Moka (PMDB), todos envolvidos nas discussões do novo Código Florestal.

Sampaio, que foi secretário de Agricultura do Estado de São Paulo e presidente da Sociedade Rural Brasileira (SRB), assumiu o cargo, ocupado pelo ex-ministro Roberto Rodrigues durante cinco anos. “Queremos continuar o trabalho que já está em andamento e superar os desafios que temos pela frente, como a questão tributária, comercial e também do Código Florestal”, disse.

Ele destacou ainda a importância de continuar trabalhando a comunicação da imagem do agro. “É fundamental seguirmos com movimentos como o Sou Agro para levar informação às pessoas.”

Para Sampaio, é preciso fazer ajustes no Código para resolver as pendências e aprová-lo o quanto antes. “Assim, poderemos produzir com tranquilidade, gerar receita e empregos. É disso que o Brasil precisa.”

Fonte: http://www.canaldoprodutor.com.br/comunicacao/noticias/produtor-rural-tambem-e-ambientalista-afirma-ministro

terça-feira, 27 de setembro de 2011

Dez Motivos para Consumir Produtos Orgânicos


Muito se fala em produtos orgânicos atualmente. Que são ótimos para a saúde, mas qual a real vantagem. O texto abaixo cita 10 vantagens desses produtos. Aqui em Piraí temos vários lugares onde são cultivados produtos orgânicos, mas muitos deles não ficam aqui em nossa cidade, vão direto para Curitiba onde são mais valorizados e se tem um valor final muito melhor. Uma pena, mas... Segue abaixo as vantagens desses produtos:

1. Evita problemas de saúde causados pela ingestão de substâncias químicas tóxicas. Pesquisas e estudos tem demonstrado que os agrotóxicos são prejudiciais ao nosso organismo e os resíduos que permanecem nos alimentos podem provocar reações alérgicas, respiratórias, distúrbios hormonais, problemas neurológicos e até câncer.

2. Alimentos orgânicos são mais nutritivos. Solos ricos e balanceados com adubos naturais produzem alimentos com maior valor nutritivo.

3. Alimentos orgânicos são mais saborosos. Sabor e aroma são mais intensos - em sua produção não há agrotóxicos ou produtos químicos que possam alterá-los.

4. Protege futuras gerações de contaminação química. A intensa utilização de produtos químicos na produção de alimentos afeta o ar, o solo, a água, os animais e as pessoas. A agricultura orgânica exclui o uso de fertilizantes, agrotóxicos ou qualquer produto químico; e tem como base de seu trabalho a preservação dos recursos naturais.

5. Evita a erosão do solo. Através das técnicas orgânicas tais como rotação de culturas, plantio consorciado, compostagem, etc., o solo se mantém fértil e permanece produtivo ano após ano.

6. Protege a qualidade da água. Os agrotóxicos utilizados nas plantações atravessam o solo, alcançam os lençóis d'água e poluem rios e lagos.

7. Restaura a biodiversidade, protegendo a vida animal e vegetal. A agricultura orgânica respeita o equilíbrio da natureza, criando ecossistemas saudáveis. A vida silvestre, parte essencial do estabelecimento agrícola é preservada e áreas naturais são conservadas.

8. Ajuda os pequenos agricultores. Em sua maioria, a produção orgânica provém de pequenos núcleos familiares que tem na terra a sua única forma de sustento. Mantendo o solo fértil por muitos anos, o cultivo orgânico prende o homem à terra e revitaliza as comunidades rurais.

9. Economiza energia. O cultivo orgânico dispensa os agrotóxicos e adubos químicos, utilizando intensamente a cobertura morta, a incorporação de matéria orgânica ao solo e o trato manual dos canteiros. É o procedimento contrário da agricultura convencional que se apoia no petróleo como insumo de agrotóxicos e fertilizantes e é a base para a intensa mecanização que a caracteriza.

10. O produto orgânico é certificado. A qualidade do produto orgânico é assegurada por um Selo de Certificação. Este Selo é fornecido pelas associações de agricultura orgânica ou por órgãos certificadores independentes, que verificam e fiscalizam a produção de alimentos orgânicos desde a sua produção até a comercialização. O Selo de Certificação é a garantia do consumidor de estar adquirindo produtos mais saudáveis e isentos de qualquer resíduo tóxico.

Fonte: http://ambientes.ambientebrasil.com.br/agropecuario/produto_organico/dez_motivos_para_consumir_produtos_organicos.html

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Minhocas invasoras prejudicam florestas


As minhocas podem causar um distúbio desproporcional ao seu tamanho.

Um estudo de uma equipe de cientistas de Nova Iorque (EUA) descobriu que minhocas provenientes de um ambiente externo provocam danos a florestas de um habitat onde são invasoras. O problema, na verdade, ocorre até mesmo em áreas não muito distantes umas das outras. Geralmente, as minhocas migram de um lugar a outro por mãos humanas, através de seu uso na horticultura ou simplesmente pegando carona nos pneus dos carros, ou quando há alguma alteração no solo nativo dos anelídeos. As consequências desse distúrbio são desproporcionais ao tamanho da minhoca. A presença delas degrada, pouco a pouco, a cobertura vegetal do chão da floresta, o chamado sub bosque. Além disso, elas alteram as quantidades de carbono e nitrogênio do solo, devido ao seu próprio ciclo de vida. Estes dois fatores, em conjunto, aceleram a erosão de florestas e prejudicam sua fauna nativa. Insetos e pequenos mamíferos que habitam o solo sofrem facilmente com qualquer alteração em seu habitat. A redução média do carbono, devido a esse fator, foi medida em nada menos que 28%, o que influencia inclusive na temperatura da mata nativa em questão. Isso é um problema muito antigo. A “diáspora” das minhocas pelos EUA, por exemplo (onde a minhoca comum – Lumbricus terrestris – sequer é considerada nativa, já que é originária da Europa), começou há cerca de dez mil anos, de quando datam os vestígios mais antigos de agricultura na região, segundo os pesquisadores. Esses anos todos foram suficientes para que as minhocas migrassem apenas algumas centenas de quilômetros, mas sua presença em áreas novas foi notável. Como foi comprovado, em estudos anteriores, o meio mais “eficiente” de espalhar minhocas é através de pneus de carros, e o processo acelerou nas últimas décadas. Um estudo paralelo, no entanto, traz um contraponto a essa situação. Pesquisas em florestas do Vietnã comprovaram que o aumento de carbono no solo, proporcionado pelas minhocas, tornou o húmus mais resistente a chuvas fortes e facilitou a transição de matéria orgânica, o que é um antídoto contra a erosão.

Fonte: http://www.remade.com.br/br/noticia.php?num=9276&title=Minhocas%20invasoras%20prejudicam%20florestas

terça-feira, 20 de setembro de 2011

Florestas mostram crescimento sustentável


Demanda internacional crescente estimula aumento da produção comercial de madeira. Em cinco anos, o cultivo cresceu 20% no país.

Negócio bilionário para o Brasil, o cultivo de florestas plantadas vem crescendo no país graças à profissionalização do setor e, principalmente, ao aumento da demanda mundial por madeira. De 2005 a 2010, a área ocupada pela silvicultura saltou cerca de 20%, saindo de 5,3 milhões de hectares para 6,5 milhões de hectares, conforme dados da Associação Brasileira dos Produtores de Florestas Plantadas (Abraf). Com isso, o valor bruto da produção alcançou R$ 51,8 bilhões.

Devido ao tempo de retorno do capital investido, o plantio de florestas é considerado uma poupança de longo prazo, porém mais rentável. “É um negócio de risco controlável. Se o mercado estiver ruim em época de colheita, é possível prorrogar o corte”, analisa Rômulo Lisboa, gerente da STCP, empresa especializada em consultoria e administração de projetos florestais.

Paraná, que já chegou a ter 857 mil hectares ocupados com florestas, reduziu o cultivo após a crise de 2008. Hoje, são 850 mil hectares, o que dá ao estado a terceira colocação no ranking nacional
Além do gasto com a compra de terreno é preciso desembolsar entre R$ 6 e R$ 8 mil por hectare para plantar um ciclo de sete anos, incluindo gastos com gestão. “O retorno fica entre 17% e 18% do in­­­­vestimento. É um negócio promissor no médio e longo prazo. Ho­­­je os preços não estão elevados, mas a tendência é altista”, afirma Lisboa. O preço médio do pinus é de R$ 40/m³ e o do eucalipto é de R$ 55/m³, conforme a STCP.

A sustentação para o desenvolvimento da atividade tem partido do crescimento da demanda por madeira. Mesmo após a crise de 2008 o consumo de papel e celulose, assim como o de painéis de madeira industrializada, compensados e serraria se mantiveram em alta. Com o apoio da construção civil, o maior crescimento tem sido registrado no setor de laminados, que até 2009 consumia 5,3 milhões de toneladas e agora absorve mais de 6 milhões de toneladas (+20%). Mas as indústrias de papel e celulose, destino de 37,5% da produção florestal brasileira, ainda dominam o mercado. Juntos, os dois segmentos produzem mais de 24 milhões de toneladas por ano.

Paraná tenta retomar plantio após a crise

2008 foi um ano de glória e tragédia para a silvicultura do Paraná. Depois de alcançar área recorde com florestas – 857 mil hectares – o setor foi atingido pela crise internacional, que causou uma debandada de novos investidores. Com isso, o terreno ocupado por pinus e eucapito, que até então subia gradativamente ano a ano, começou a cair no estado.

A última estimativa da Asso­­ciação Brasileira dos Produtores de Florestas Plantadas (Abraf) revela que o cultivo do Paraná está em cerca de 850 mil hectares. O número mantém o estado como o terceiro maior produtor nacional, atrás de São Paulo e Minas Gerais, que mesmo diante da crise conseguiram expandir sua área florestal nos últimos anos.

De acordo com Carlos Mendes, diretor executivo da Associação Paranaense de Empresas de Base Florestal (Apre), a crise mundial impediu o crescimento das fábricas instaladas no Paraná. “Algumas empresas que cortaram acabaram não replantado. Houve também migração de investimentos para outros estados”, explica.

Para reverter o quadro atual, o executivo acredita que é preciso criar novos polos de produção e fortalecer as empresas que já estão na atividade. Para isso, conta com a ajuda governamental. “Acredito na retomada do plantio ainda neste ano. Há uma expectativa muito grande por parte do empresariado com o governo estadual, que se mostra disposto a incentivar o cultivo de florestas”, conta. Se as promessas não se transformarem em ações concretas, a silvicultura paranaense continuará tendo prejuízo, adverte. “Temos diversas regiões do estado com mercado para a madeira, mas sem floresta plantada. Se não houver incentivo, muitas empresas podem deixar de investir no estado.”

Com uma produção anual menor do que o consumo, o Paraná precisa ampliar em quase 100% o terreno com plantio de florestas nos próximos dez anos, calcula a Apre. Hoje, o estado colhe 30 milhões de metros cúbicos, mas o consumo industrial é de 34,8 milhões de toneladas.

Terra barata é o que atrai novos investidores ao setor, conta Rômulo Lisboa, consultor da STCP. Por isso, muitas empresas têm direcionado recursos para regiões em expansão, como Bahia, Piauí, Maranhão e Minas Gerais. “A Suzano [fábrica de papel e celulose], por exemplo, já anunciou que vai inaugurar duas novas plantas no Nordeste: uma no Maranhão e outra no Piauí. Os empreendimentos devem demandar uma área plantada superior a 300 mil hectares”, revela.


Desafios

Setor paga pela falta de infraestrutura e de crédito

Considerada uma “poupança verde”, a silvicultura tem se revelado um grande negócio. Ainda assim, plantio de florestas comerciais encontra dificuldades para deslanchar no Brasil. Apesar do ganho de terreno nos últimos anos, o setor ainda está longe de alcançar a meta de 7,5 milhões de hectares estipulada para o ano que vem. Entre os maiores limitadores ao incremento de área está o alto investimento exigido para se produzir madeira, a falta de políticas governamentais de incentivo à atividade e a infraestrutura precária.

“O cultivo de florestas se concentra em regiões onde as rodovias vicinais, que geralmente não são asfaltadas, são o único canal de escoamento. Por isso, é comum ver os produtores gastando tempo e dinheiro para recuperar estradas”, cita Carlos Mendes, diretor executivo da associação que representa os produtores no Paraná, a Apre.

O setor sofre também com a falta de linhas de financiamento específicas para o plantio de florestas. “Hoje, maior parte das instituições financeiras do país limita com burocracia a liberação de recursos para o plantio de pinus ou eucalipto [únicas espécies cultivadas]”, revela.

Fonte: http://www.gazetadopovo.com.br/caminhosdocampo/conteudo.phtml?tl=1&id=1171028&tit=Florestas-mostram-crescimento-sustentavel


sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Desmatamento e enchentes, tudo a ver...


Muda a região, mas o problema permanece o mesmo, incompetência dos poderes públicos, falta de vontande ou de conhecimento das autoridades ligadas as secretarias de meio ambiente e quem sofre é a população...

Mais uma vez a imprensa noticia transtornos causados pelas chuvas no estado de Santa Catarina. Desta vez, são 14 cidades em estado de emergência, uma em estado de calamidade e 470 mil pessoas afetadas.

No total, 59 municípios apresentam problemas de maior ou menor grau, mas deve-se dizer que não se pode cruzar o território catarinense, por estes dias, sem topar com alagamentos.

O problema já afeta o transporte na principal rodovia do país, que liga o Sudeste aos mercados do Sul. E deve-se levar em conta que ainda estamos longe da época das grandes chuvas.

Lista de desmatadores

O noticiário faz o cuidadoso balanço dos números de desabrigados, daqueles que foram desalojados de suas casas, das unidades residenciais com risco de desabamento, dos deslizamentos de terra e quedas de barreiras, da falta de energia elétrica e das escolas transformadas em acampamentos de emergência. Mas não há uma palavra sobre as razões pelas quais, praticamente todos os anos, o estado de Santa Catarina sofre tanto com as chuvas.

Chove igualmente no Paraná, no Rio Grande do Sul e na região sul do estado de São Paulo nos mesmos períodos, e a imprensa nunca manifesta grande curiosidade sobre as razões pelas quais os danos são sempre maiores em Santa Catarina.

Talvez os jornais devessem publicar um levantamento sobre a perda da cobertura vegetal na região e apresentar o estado de Santa Catarina como o que realmente é: um exemplo do que vai acontecer em todo o Brasil se passar no Senado a proposta de flexibilização do Código Florestal – que, aliás, tem como relator um catarinense, o peemedebista Luiz Henrique da Silveira.

Ex-governador de Santa Catarina, ele foi o principal estimulador do movimento que tenta transferir da esfera federal para os estados a atribuição de legislar sobre questões ambientais. Seu argumento, o de que cada estado tem suas próprias conveniências no que se refere à ordenação da atividade agrícola, não resiste à análise mais leviana, mas ele conseguiu arregimentar a força do agronegócio em torno dessa tese anti-republicana.

Os catarinentes que todos os anos sofrem com as enchentes deveriam ser informados, pela imprensa, de que são vítimas de sua própria incúria. Nos últimos quinze anos, o estado tem frequentado a lista dos maiores desmatadores, com grande devastação registrada entre os anos de 2005 e 2008, período em que Luiz Henrique foi governador.

História de destruição

Os mapas dos desmatamentos em Santa Catarina mostram que a região Oeste do estado, onde nascem muitos dos rios que têm provocado inundações, sofre um processo gradativo de desertificação, com a eliminação da cobertura vegetal. Cerca de 30 mil hectares de Mata Atlântica desaparecem a cada ano, na média da última década.

Nas região mais próxima do litoral, onde os rios passam por zonas mais densamente povoadas, têm ocorrido com muita frequência inundações súbitas, que já provocaram muitas mortes nos últimos anos.

A imprensa costuma registrar com muitos detalhes cada uma dessas ocorrências, e eventualmente as reportagens se referem à destruição das matas ciliares como uma das causas de catástrofes. Mas nunca se lê sobre as razões mais profundas que fazem de Santa Catarina historicamente um estado de predadores ambientais.

Minas Gerais e Paraná também frequentam as estatísticas de desmatamento, mas as imagens do território catarinense são muito mais impressionantes. Mesmo que, nos levantamentos mais recentes, seja possível observar uma queda na perda de florestas, isso se deve em grande parte ao fato de que quase não há mais o que destruir.

Olhar desfocado

Os esforços realizados nos últimos cinco anos em todo o Brasil têm dado resultados e a luta para a preservação da Amazônia, que chama muito mais atenção da imprensa, produz alguns benefícios também em outros biomas, como a Mata Atlântica. Mas o noticiário sobre enchentes deveria estar provocando mais curiosidade nos jornalistas sobre as causas de tantos danos.

Além disso, as reportagens que eventualmente acompanham os debates sobre o novo Código Florestal deveriam destacar a inegável contribuição que tem oferecido à destruição ambiental o senador encarregado de dar as últimas pinceladas na futura legislação.

O texto está para ser votado. A imprensa noticia as consequências da irresponsabilidade, mas não parece enxergar as causas.

Fonte: http://www.ecodebate.com.br/2011/09/13/desmatamento-e-enchentes-tudo-a-ver-artigo-de-luciano-martins-costa/



quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Governo federal aprova política nacional do bambu para erradicar pobreza


Parte dos 80,25 milhões de hectares das terras produtivas ocupadas pelos 4,3 milhões de imóveis rurais de agricultores familiares, segundo Censo do IBGE de 2006, poderá ser dedicada ao manejo sustentável e ao cultivo do bambu com apoio do governo. É o que diz a Lei do Bambu (Lei nº 12.484/2011) publicada nesta sexta-feira (9) no Diário Oficial da União (DOU), a qual institui a Política Nacional de Incentivo ao Manejo Sustentado e ao Cultivo do Bambu (PNMCB). A Lei do Bambu vai incentivar o manejo sustentável e o cultivo somente das espécies nativas e entre os agricultores familiares.

Apesar de definir apenas as diretrizes gerais da política ainda a ser regulamentada, a nova lei é considerada um avanço histórico e o primeiro passo do governo federal no sentido de regulamentar a produção da gramínea nativa e de transformá-la em ativo ambiental para desenvolvimento socioeconômico regional, de forma que efetive o aumento de renda dos agricultores familiares e funcione como um dos mecanismos para erradicação da pobreza nesse segmento social. Com a lei, o governo federal vai incentivar a transformação dos bambus brasileiros em floresta capaz de gerar emprego, renda e até créditos de carbono.

No Brasil há cerca de duzentas espécies de bambu que vão garantir essa revolução no campo. De acordo com a engenheira florestal e técnica especializada em manejo do Departamento de Florestas da Secretaria de Biodiversidade e Florestas (SBF) do Ministério do Meio Ambiente (MMA) Cristiane Pinheiro, a gramínea favorece a agricultura familiar e as políticas públicas de conservação e de preservação do meio ambiente porque é uma espécie de fácil propagação, cresce rápido, neutraliza carbono, oferece simples manuseio e, além de servir como matéria prima para a indústria moveleira e a construção civil, ela compõe também a indústria alimentícia.

A grande variedade de utilidades do bambu e suas potencialidades econômicas, sociais e ambientais foram as principais justificativas para a criação dessa política. “Acredita-se que o incentivo da cultura do bambu possa ser um instrumento importante para redução de desigualdades sociais e aumento no setor agrícola, em especial entre os agricultores familiares”, afirma Cristiane. Contudo, segundo ela, seu cultivo precisa de manejo sustentável porque, em virtude da fácil propagação, ela pode se tornar uma praga e ameaçar a vegetação natural das regiões.

O agricultor familiar que enveredar pelo cultivo e manejo sustentável do bambu poderá aumentar mais ainda a própria renda com a manufatura de sua produção. “Ele poderá não apenas plantar com o incentivo do governo, mas também produzir vários tipos de objetos e também alimentos com as varas do bambu. Desde uma cadeira, um biombo, um painel até estruturas para construção civil e brotos para a indústria alimentícia, tudo isso ele pode fabricar com essa vegetação”, explica a engenheira florestal.

De acordo com as diretrizes definidas pela nova lei, o governo vai incentivar a produção de colmos, extração de brotos e obtenção de serviços ambientais, bem como à valorização desse ativo ambiental como instrumento de promoção de desenvolvimento socioeconômico regional. Deverá também valorizar o bambu como um produto agro-silvo-cultural e beneficiamento, em especial, nas regiões de maior ocorrência de estoques naturais da espécie.

A lei determina também, dentre outras ações a ser regulamentadas por novas leis, os instrumentos da política e as competências, tais como o incentivo à pesquisa e ao desenvolvimento tecnológico voltados para o manejo sustentado e cultivo, bem como à garantia de crédito rural para o agricultor familiar, o oferecimento de assistência técnica, a certeza da certificação, o estabelecimento de parcerias, o estímulo ao comércio e o incentivo ao intercâmbio com instituições congêneres nacionais e internacionais.

A Lei nº 12.484/2011 aprovada nessa quinta-feira (8) pela presidente da República, Dilma Rousseff, e assinada pelos ministros do Meio Ambiente, Izabella Teixeira; da Fazenda, Guido Mantega; da Agricultura, Pecuária e Abastecimento; Mendes Ribeiro Filho; e pelo ministro Desenvolvimento Agrário, Afonso Florence, é produto dos Projetos de Lei (PL) 326/2007 e do PL 1.180/2009 (da Câmara dos Deputados).

Fonte: http://noticias.ambientebrasil.com.br/clipping/2011/09/10/74399-governo-federal-aprova-politica-nacional-do-bambu-para-erradicar-pobreza.html

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Questões polêmicas podem atrasar votação do Código Florestal

A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado dificilmente votará o projeto de mudanças no Código Florestal Brasileiro no próximo dia 14. Segundo o presidente da comissão, Eunício Oliveira, questões de mérito "polêmicas" incluídas no texto pelo relator Luiz Henrique da Silveira podem gerar atraso na discussão.

De acordo com Eunício, a possibilidade de construção de estádios de futebol e obras de infraestrutura para a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016 em áreas de proteção permanente (APPs) é uma dessas questões. O senador lembra que a competência da CCJ restringe-se ao debate da constitucionalidade e admissibilidade das matérias.

No caso do Código Florestal, essas questões serão analisadas nas comissões de Agricultura, Ciência e Tecnologia (CCT) e de Meio Ambiente. O problema é que o relator Luiz Henrique introduziu em seu relatório novidades como a dos estádios [construção em APPs], além de suprimir e colocar uma série de artigos que estavam na proposta da Câmara - acrescentou o presidente da CCJ, que é contra a permissão de retirada de vegetação das APPs e a anistia a produtores rurais.

Eunício Oliveira disse ainda que, "apesar de ser muito competente no assunto", o colega de partido (Luiz Henrique) introduziu "coisas polêmicas", e que chegar a um ponto comum demandará muito tempo. Na terça-feira, véspera da data prevista para a votação, a CCJ realizará audiência pública com juristas para debater as mudanças que o Congresso Nacional pretende promover no atual Código Florestal. Quanto à possibilidade de anistia para produtores que desmataram áreas proibidas, o presidente da CCJ avisou que votará contra e disse que o Congresso precisa chegar a um meio termo de modo que quem desmatou não seja punido com prisão e tenha um prazo para recompor essas áreas em suas propriedades.

Fonte: http://www.celuloseonline.com.br/noticias/Questes+polmicas+podem+atrasar+votao+do+Cdigo+Florestal

terça-feira, 6 de setembro de 2011

Eucalipto vira poupança verde para pequenos produtores


Ótima iniciativa do município de Umuarama no Paraná. Deve ser exemplo para os demais municípios, entre eles Piraí do Sul -PR, pela grande quantidade de pequenos produtores e pela diversificação de atividades e uso total da área para geração de renda.

Desde o ano passado um projeto vem tentando por na cabeça dos pequenos produtores de Umuarama que trabalhar com o eucalipto, paralelamente a outras atividades, pode ser extremante lucrativo. Técnicos estão prevendo a falta de matéria prima para a indústria moveleira de Umuarama nos próximos anos e querem atrair uma laminadora que já investiga o potencial do município na silvicultura.

Segundo o diretor de agricultura, Claudio Marconi, Umuarama já é o segundo pólo moveleiro do Paraná, mas toda a madeira é importada. Além disso, incentivar a plantação de eucalipto foi uma maneira de aproveitar terras empobrecidas pela falta de empenho de produtores, envolvendo o cultivo até mesmo com a pecuária, no caso do silvipastoril. A plantação de eucalipto gera 10 vezes mais renda na mesma área da pecuária e sem precisar reduzir o rebanho. Hoje, um fazendeiro consegue lucrar em média R$ 700 por cabeça. Com o reflorestamento esse valor sobe pra R$ 3 mil com 10% da área plantada.

RENTABILIDADE

Desde o final do ano passado até agora já foram 300 mil plantas doadas para 110 produtores de Umuarama. Cada um recebeu no máximo 4 mil mudas a serem plantadas numa área de até dois hectares.
Para entender a rentabilidade do cultivo, primeiro é preciso levar em consideração que a madeira do eucalipto é dividida em três fases, para três finalidades.

Com cinco anos a planta pode ser utilizada apenas para a produção de lenha, custando R$40 a tonelada. Consegue-se produzir 250 toneladas por hectare que, no período, renderão R$10 mil para o produtor.
Ao esperar um pouco mais, com sete anos a planta está preparada para ser laminada e servir para o setor moveleiro. Com a maior espera também aumenta o preço da tonelada, que chega a R$120. “O produtor consegue produzir 350 toneladas por hectare tirando em sete anos R$42 mil brutos por isso”, calcula Marconi.

Mas se o eucalipto demorar 13 anos para ser cortado – cuja madeira servirá mais para a construção civil – a produtividade será de 650 toneladas por hectare. O valor da tonelada continua R$120, mas em treze anos o produtor terá uma renda bruta de R$78 mil. “São R$6 mil por hectare ao ano que o produtor irá incrementar na sua renda sem muito esforço. É uma lucratividade que só as hortaliças e algumas frutas conseguem oferecer”, avalia o diretor.

Para se ter uma ideia mais ampla dos benefícios da silvicultura, se o produtor plantar apenas um hectare de eucalipto, depois de treze anos ele terá produzido o suficiente para comprar mais sete hectares de terra, de acordo com as atuais cotações. Outra simulação de valores mostra que, no mesmo período, em um alqueire o produtor conseguirá lucrar R$300 mil.

“Quem tem eucalipto hoje está feito. Infelizmente os produtores acham que treze anos não vão passar nunca e querem o ganho imediato, mas quem olha com atenção vai ver que essa é literalmente uma poupança verde”, observa.

O chefe da divisão de agricultura, Sidney Ianke, também afirma que um pedaço de terra não agricultável pode virar economia com a variedade grandis, que está sendo usada neste projeto de incentivo. “O esforço é pequeno e é mais concentrado no início. Basta ter cuidado com as formigas, aplicar veneno e adubar”, diz. .

PRODUÇÃO DE MÓVEIS

O Banco do Brasil lançou em junho uma linha de crédito direcionada ao Arranjo Produtivo Local (APL) de Umuarama e região no setor moveleiro. Intitulada Giro APL, a linha fornece o quanto for necessário e cabível às empresas para promover o desenvolvimento tecnológico, empresarial, cooperativista e, consequentemente, o enriquecimento da região.

Entretanto, segundo o presidente do Sindicato das Indústrias Moveleiras de Umuarama e Região (Simur), Wanderlei Xavier, toda a madeira utilizada na produção do município vem de fora.

De acordo com relatório do setor, a cidade consome por mês cerca de mil metros cúbicos de madeira, a maioria oriunda da região de Tibagi, que compra as toras de uma empresa chamada Klabin.

Porém, essa empresa que indiretamente “salva” a produção moveleira em Umuarama, irá dentro de quatro anos parar de fornecer a madeira, focando apenas na produção de celulose para exportação. “Por isso temos que correr contra o tempo”, alerta Marconi.

O projeto da prefeitura preconiza que dentro de quatro anos 50% dos eucaliptos de qualidade inferior sejam cortados para a produção de lenha. O restante será cortado com a idade de sete anos para a serra que abastecerá o setor moveleiro. “Estamos conversando e estudando propostas para que possamos futuramente trabalhar com madeira específica para a produção daqui”.

LAMINADORA

Diálogos já estão sendo travados com uma indústria laminadora para a sua instalação em Umuarama. Mas para isso os empresários querem garantia de matéria prima, com no mínimo 1.500 alqueires de área plantada e o manejo da cultura feito de acordo com as exigências necessárias para laminação.

EXEMPLO

Reinaldo Santos acreditou na ideia e no final do ano passado plantou quatro mil mudas. Como as plantas ainda estavam pequenas nas geadas ocorridas entre os últimos três meses, ele teve alguns problemas na plantação, mas está otimista. Se Reinaldo quiser esperar apenas cinco anos para começar a lucrar, em dois hectares ele irá capitalizar mais de R$20 mil, sem muito estresse e sem abandonar o pesqueiro do qual é proprietário e a cafeicultura.

EM NÚMEROS

300 mil
Plantas foram doadas para 110 produtores de Umuarama desde o final do ano passado

R$ 6 mil
Ao ano é o que o produtor irá lucrar com apenas um alqueire de terra

10 vezes
Mais renda o eucalipto oferece na mesma área da pecuária e sem precisar reduzir o rebanho

1 mil m³
É a média de madeira que o município consome por mês para a produção de móveis

Fonte: Umuarama Ilustrado

Fonte: http://www.remade.com.br/br/noticia.php?num=9190&title=PR:%20Eucalipto%20vira%20poupan%C3%A7a%20verde%20para%20pequenos%20produtores

Governo adota novas medidas para conter aumento de contágios

  Em razão do significativo aumento no número de pessoas contaminadas pela Covid-19 no Paraná, o Governo do Estado produziu um novo instrume...