Pelo menos é o que acredita João Comério, diretor presidente da Innovatech, devido ao olhar curioso dos fundos de pensão
O Brasil é um país diferenciado no setor florestal. Pelo menos é o que acredita o diretor presidente da Innovatech, João Comério, empresa voltada para gestão de ativos florestais e consultorias técnicas empresariais. Se de um lado o País encontra dificuldades com terras, tributação, mão de obra e até mesmo de tecnologia, por outro a produtividade aumenta a cada ano e agora os fundos de pensão estão de olho no setor florestal brasileiro.
Para João Comério, mesmo diante dificuldades crescentes – como o custo de produção e a logística – o setor florestal tem crescido a cada ano. “Se colocarmos o setor em um gráfico, não haverá nenhuma curva sinalizando altos e baixos. Isso tem atraído os fundos de pensão, que buscam negócios seguros de longo prazo”, explica Comério. O presidente da Innovatech disse ainda que a 1ª Conferência Latino-Americana de Investimentos Agroflorestais, que será realizada no Sheraton Rio Hotel, nos dias 25 e 26 de agosto, no Rio de Janeiro, deverá mostrar a atratividade do setor florestal do País.
Na avaliação de Comério, o setor florestal não passa por um momento em que deseja crescer – o que existe é uma necessidade, tendo em vista o crescimento do consumo de produtos derivados da celulose. “Mesmo o Brasil estando menos atrativo aos investimentos externos, há muitas possibilidades para o setor florestal”, frisou Comério, que no momento participa com a Innovatech da gestão florestal de uma fábrica de MDF em Água Clara, no Mato Grosso do Sul, onde também está plantado quatro mil hectares de florestas com um sistema de silvicultura de precisão.
Apesar de estarem mais restritos, os investimentos têm saído. No entanto, Comério acredita que o Brasil precisa resolver problemas relacionados à aquisição de terras, de mão de obra e da aplicação de tecnologia. “Esses problemas travam a entrada de capital externo. Há incertezas, o que torna-se mais do que necessário a segurança institucional e jurídica. Este ano, por exemplo, o País receberá US$ 64 bilhões em investimentos externos. Este número poderia ser de pelo menos o dobro”, destaca João Comério.
Para ele, a questão logística precisa ser encarada com prazos mais curtos na execução de obras que beneficiem todos os setores da economia. De acordo com Comério, o setor florestal ainda está muito concentrado no sul e sudeste. Ele ilustra, por exemplo, o setor moveleiro. “As chapas não aceitam grandes distâncias e precisam está próxima do centro consumidor, abrindo a possibilidade para outros produtos como pisos, painéis, divisórias, forros, enfim, material de acabamento”, detalha Comério.
Fonte: Painel Florestal.
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