quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Mitos e verdades sobre o plantio de eucalipto


O eucalipto, em muitos aspectos, não é tão diferente de outras culturas, inclusive de plantas nativas.

Há muitos benefícios ambientais no cultivo de eucalipto, que devem ser conhecidos. Mas, para isso, é necessário esclarecer alguns “mitos” a respeito dessa espécie. O plantio dessa árvore australiana, assim como de outras, apresenta tanto vantagens quanto desvantagens, que devem ser ponderadas sempre.

De acordo com o eng.º florestal Marcos Orlando de Oliveira, o eucalipto é como outra monocultura qualquer. O fato de ser exótico não o torna pior que o arroz, a batata, a laranja, a soja, que também são exóticos e que ocupam muito mais áreas em nosso país.

Consumo de água

Muitos acreditam, por exemplo, que essa árvore seca o solo, o consumo de água dessa planta é semelhante ao de algumas espécies nativas. A profundidade de suas raízes não atingem extensão suficiente para prejudicar os lençóis freáticos. Essa floresta, como qualquer outra, ajuda na retenção de água da chuva no solo e na redução da erosão e do assoreamento.

“A cultura do eucalipto, como toda cultura agrícola, causa impactos ao ambiente, mas comparativamente, pode ser vantajosa em boa parte dos aspectos”, afirmam Haroldo Paiva e Laércio Jacovine, professores do curso Cultivo de Eucalipto em Pequenas Propriedades, elaborado pelo CPT – Centro Produções Técnicas.

Esses especialistas defendem que o consumo de água pelo eucalipto é igual ao de outros produtos agrícolas como café, cana-de-açúcar e frutas cítricas. Sendo assim, o problema pode não estar na espécie escolhida, mas sim no sistema de cultivo.

Fertilidade do solo

Existe também a ideia de que o eucalipto provoca a redução da fertilidade do solo, contudo é necessário cuidado com essa afirmativa. Os pesquisadores da Universidade Federal de Viçosa, Haroldo Paiva e Laércio Jacovine, acreditam que em relação a plantações de alguns produtos agrícolas, como o milho, o impactos causados pelo eucalipto são menores.

Os especialistas acrescentam que nessa cultura há um baixo uso de insumos, o que reforça o fato de que essa atividade contamina menos o solo que outras.

No que diz respeito a essas desvantagens da monocultura, uma opção para minimizá-las é optar por projetos utilizando sistemas agroflorestais, “que combinam o plantio de árvores com culturas agrícolas. São menos lucrativos, mas muito mais sustentáveis ambientalmente falando”, declara o eng.º florestal Marcos Orlando de Oliveira.

Preservação de matas nativas e acúmulo de carbono

Uma grande contribuição das florestas de eucalipto é que essas plantações impedem que remanescentes de árvores brasileiras, muitas vezes, em extinção, sejam exploradas. As matas de eucalipto substituem as nativas, fornecendo no lugar delas a matéria-prima que alimenta as fábricas de papel, carvão e móveis.

O eucalipto também colabora para o aumento do estoque de carbono em todos os reservatórios de biomassa, por absorver eficientemente grandes quantidades de CO2, na fase de crescimento das árvores. Isso ajuda na redução de poluentes na atmosfera e também no equilíbrio climático.

Fonte: http://www.ciflorestas.com.br/conteudo.php?id=6107

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