Associação nacional que representa os empresários do segmento prevê um ano menos positivo, mas não ruim.
Ribeirão Preto - O novo presidente da Associação Brasileira do Agronegócio (Abag), Luiz Carlos Correa Carvalho, afirmou ontem que 2012 será "um ano menos positivo para o agronegócio". Mas isso não significa, na avaliação do executivo, um ano ruim para o setor. "Apesar da crise europeia, temos indicadores macroeconômicos interessantes, como a recuperação da economia dos Estados Unidos e a alta de 9% do Produto Interno Bruto (PIB) da China", disse Carvalho. "Isso traz aumento da demanda e nos dá uma visão positiva dentro de um cenário de enorme incerteza", acrescentou
O presidente da Abag criticou a falta de investimentos em tecnologia e educação no Brasil, bem como a baixa poupança do governo. São entraves, em sua opinião, para que o país aproveite melhor o cenário positivo para os países em desenvolvimento e para os grandes exportadores de commodities. "? o custo Brasil, que inclui outros problemas, como a logística e a questão tributária", disse.
Para o executivo, a recuperação na produção de GRÃOS no Brasil, esperada para 2012, será freada pela seca no Sul do país, a qual retrata a alta exposição do setor ao risco agrícola e contribui para a volatilidade das cotações das commodities. Um seguro rural robusto, que atenuaria a perda de renda provocada pelo clima adverso, ainda é incipiente no país e gera críticas do presidente da Abag. "O seguro rural é o nosso calcanhar de Aquiles, com muito discurso e pouca efetividade", cobrou.
Oriundo do setor sucroalcooleiro, Carvalho avaliou que a recente queda das barreiras tarifárias para a importação de etanol pelos Estados Unidos é um "convite para trazer investimentos, principalmente externos", para o Brasil, que enfrenta um momento de crise de oferta do combustível. Mas, o mais importante da medida, segundo ele, deve ser a união entre o Brasil e os Estados Unidos, responsáveis por 75% da produção mundial, para a transformação do etanol em commodity. "Brasil e Estados Unidos precisam trabalhar juntos para incentivar políticas globais de produção e de demanda do etanol", defendeu.
Renovação - Carvalho elogiou ainda a liberação de R$ 4 bilhões do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para o programa de renovação de canaviais, mas se mostrou preocupado com a burocracia para a obtenção dos recursos por parte de pequenos produtores. "? preciso ver a forma como será liberado o crédito. Se for só para os grandes grupos, não será bom", alertou.
Carvalho elogiou os avanços obtidos com a tramitação no Congresso do novo Código Florestal, cujo projeto ainda depende de uma nova votação na Câmara dos Deputados para ser enviado à sanção da presidente Dilma Rousseff. "Mas a simples aprovação trouxe ambiente de confiança no setor", disse. (AE)
Fonte: http://www.cisoja.com.br/index.php?p=noticia&idN=11923
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