Entre o final de fevereiro e a metade deste mês, extensionistas rurais de seis países (Brasil, Bolívia, Colômbia, Equador, Peru e Venezuela) estiveram reunidos no Pará a fim de aprender e trocar experiências sobre uma forma de uso da terra mais adequada às características das regiões de clima tropical. Eles participaram de treinamento promovido pela Embrapa Amazônia Oriental, em parceria, com a Iniciativa Amazônica que abordou diversos aspectos dos sistemas de tecnologia agroflorestal.
Assim como na floresta, essa forma de uso da terra busca aproveitar a interação natural que ocorre entre as espécies. “Isso significa que num mesmo espaço diferentes espécies de árvores frutíferas ou madeireiras podem ser produzidas de forma integrada”, explica o pesquisador Delman Gonçalves, que coordenou o curso.
Nesse sistema, por exemplo, o agricultor pode produzir culturas anuais (feijão, arroz, mandioca etc.) nos primeiros anos, enquanto mudas de cacau e de cupuaçu aproveitam o sombreamento de uma bananeira para se desenvolverem. Em outra fase, quando já frutificam, aquelas frutíferas podem ser sombreados por espécies madeireiras, como o mogno. As variações de espaçamentos, escolha de espécies e suas combinações para compor um sistema agroflorestal são muitas e acompanham a criatividade dos agricultores.
VANTAGENS
As vantagens dessa forma de produção envolvem aspectos sociais, econômicos e ambientais. Com sistemas agroflorestais, o agricultor pode colher e obter renda ao longo de todo ano, visto que trabalha com espécies variadas. Além disso, como as plantas têm ritmos diferentes, ele alcança resultados a curto, médio e longo prazo. Para a agricultura de base familiar, é uma opção ideal, pois o sistema não sofre ameaça da mecanização e a necessidade de insumos é menor do que na agricultura tradicional.
Devido ainda a sua semelhança com a cobertura original da floresta, os sistemas agroflorestais oferecem importantes serviços ambientais. Eles contribuem para a estabilidade climática e evitam a excessiva perda de nutrientes do solo comum nas áreas sem cobertura vegetal. Eles são ainda uma alternativa para a recuperação de áreas degradadas.
Fonte: (Diário do Pará)
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